
Alvo de piadinhas, apelidos maldosos, e até agressões, a criança que sofre bullying na escola, geralmente é isolada pelo grupo, não participa dos jogos, brincadeiras e está sempre sozinha, sendo assim, não é difícil reconhecer a vítima de bullying, a criança ou adolescente que sofre violência física ou psicológica de forma constante e intencional por parte dos colegas. A prática está disseminada nas escolas, em todo o mundo, e causa grande sofrimento para as vítimas – gera ansiedade, pânico, insônia, cefaleia, entre outros – e para seus pais, que muitas vezes não sabem como reagir diante de agressores de tão pouca idade.
O grande desafio de educadores, escolas e famílias é vencê-los. O primeiro passo é reconhecer que o fenômeno existe. “Pais e educadores não sabem diferenciá-lo de outros conflitos, não entendem que cada criança lida de maneira diferente com a violência e que muitas precisam de ajuda”, diz o psicólogo escolar e estudioso de bullying David Hornblas. Uma discussão aqui, um empurrão ali nem sempre são sinais do problema, o que faz a diferença é a intenção e a repetição das agressões.
Agressões que podem acontecer de várias formas no ambiente escolar como:
Bullying físico: ocorre quando a vítima é agredida fisicamente, por exemplo com empurrões.
Bullying verbal: quando a vítima é xingada ou zoada constantemente.
Bullying material: quando a pessoa tem, por exemplo, os bens quebrados ou roubados.
Cyberbullying: ocorre quando os agressores usam a internet para espalhar imagens ou mensagens difamatórias.
Na última década, o ambiente fértil da internet fez aumentar uma forma nova de intimidação, o cyberbullying. “Protegidos pelo anonimato, os jovens fofocam, denigrem e humilham”, diz a psiquiatra autora do livro “Bullying – Mentes Perigosas nas Escolas”, Ana Beatriz Barbosa Silva. “E as agressões permanecem eternamente no mundo digital, dificultando a cicatrização de feridas.”
Segundo a psicóloga Kátia Cristina Teixeira, a melhor maneira de evitar que a criança pratique ou sofra o bullying é através da conversa. “Deve-se criar um espaço de diálogo em casa. A vida atual estimula a competição e os primeiros sinais de agressividade, o que jamais deve ser incentivado pelos pais”, explica.
Além do diálogo, observar e estar mais perto do filho são ações que também ajudam a identificar se há algo de errado acontecendo no ambiente escolar. “Para isso, é bom manter o hábito de fazer as refeições juntos, sem nenhum outro recurso que tire a atenção, e agir com coerência, sem exageros”, exemplifica Kátia.
No Japão a prática do bullying é conhecida como “ijime” e a cada ano o número de casos relatados aumenta. Segundo dados do Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, os casos de bullying têm aumentado nos últimos anos, em 2010 houve um aumento de 3,5% em relação ao ano anterior. A maior parte dos abusos constitui em insultos ou brincadeiras.
O cyberbullying também é comum no país e os celulares – acessório indispensável entre os estudantes – pode se tornar um instrumento de tortura psicológica. Uma pesquisa realizada pelo Comitê Educacional da Província de Hyogo, dez por cento dos estudantes do Kooko disseram ter sofrido algum tipo de maltrato por e-mails, homepages ou blogs.
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